segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Abrolhos-Santo André

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Textos antigos, do Cruzeiro Costa Leste 2010, que ainda não haviam sido postados (vide post "O retorno do Jedi")

 ******************************************************************************** Saímos na hora do almoço, para variar no motor, pois não havia vento (novidade...). A noite transcorreu sem problemas e ao amanhecer estávamos na entrada de Santo André. Ancoramos tranquilamente na praia enquanto aguardávamos a chegada do Carlindo, o prático que nos guiaria até dentro dos recifes, no estofo da maré. Destaque para o grande trabalho dos Zanellas, que vieram antes, fizeram a batimetria do local de ancoragem para distribuir adequadamente os barcos de acordo com o calado. 

Devido à grande quantidade de barcos, e à forte correnteza ora para o mar ora para o rio, os mesmos foram ancorados "madrinhados", ou seja um primeiro ancorava, com âncora na proa e na popa, e depois o outro vinha, encostava no primeiro, separado pelas defensas, e também ancorava com âncora de proa e popa, auxiliados pelo potente botinho do Feitiço.Trabalho bem organizado. Mesmo com todo o cuidado alguns barcos acabaram soltando suas amarras, pois era muito peso para as âncoras, tendo de ser resgatados com ajuda dos botinhos. 

Santo André é um distrito de Cabrália, mas se parece mais com uma mini-cidadezinha, muito tranqüila e aconchegante, banhado pe;o mar e pelo rio João de Tiba, com ruas de terra e onde as pessoas se cumprimentam ao se cruzar. A Tânia reencontrou uma amiga de muito tempo, a Márcia, que se mudou para lá e está com uma pousada, a Pousada e Restaurante Gaili. Pousada muito bonita por sinal, com chalés dois a dois distribuídos na enorme e arborizada área. Comida de ótima qualidade, um excelente local para se ficar. 

Acabamos dormindo duas noites lá. Curtimos os passeios, entre eles a praia, a feirinha local e os bonecos. Fizemos caminhadas no calçadão que ladeia a estrada indo até o local do ferry-boat, algumas vezes passear em Cabrália, em uma delas com uma casal de amigos ficamos em um barzinho super-simpático com jeitão de armazém. Em outra comprei umas lagostas que preparei à noite na pousada. Mas chegou a hora de partir para Ilhéus... 

Vitória-Abrolhos

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Textos antigos, do Cruzeiro Costa Leste 2010, que ainda não haviam sido postados (vide post "O retorno do Jedi") 

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 O trecho Vitória-Abrolhos foi feito quase todo a motor, já que os ventos estavam muito fracos. Nesse trecho tivemos um problema sério. O mar estava bastante mexido e, quando faltavam umas 6 horas para a chegada a Abrolhos, ao descer para descansar notei que o barco estava cheio de água, com o assoalho subindo buraco no casco. Mas tive tranqüilidade para, antes de alarmar a tripulação provar a água. Era doce!!! Menos mal pois, se não era água do mar então não havia buraco no casco. Então só poderia ser dos tanques de água doce a bordo, devido ou ao balanço do mar ou a alguma mangueira que houvesse se soltado pelo mesmo motivo. Como a bomba de porão havia parado de funcionar (embora antes estivesse ok) preparei a reserva, que atua ligada na tomada do acendedor de cigarros do painel.

Conferi nossa posição e vi que estávamos no través de Caravelas. Subi, informei à tripula, peguei a mangueira de abastecimento d'água, desci e a liguei na bomba de porão, pondo para funcionar. Chamei no rádio a flotilha e lhes informei do ocorrido, pedindo que alguém se mantivesse por perto. O Riacho Doce, de pronto alterou seu rumo e passou a nos acompanhar. Desliguei o motor, a velocidade caiu para 2,5 nós e consegui esgotar totalmente a água. Ufaa...

Refiz as contas e vi que não daria para chegar a Abrolhos com luz do dia naquela velocidade. Sempre entrei em Abrolhos de dia, pois não é nada recomendável entrar à noite, devido às formações de recifes que circundam e dão o nome ao local (para os navegadores portugueses "Abrolhos", que significa "Abra os olhos"). Resolvi tentar assim mesmo e liguei o motor no máximo, contando que a noite demoraria um pouco para chegar. Quase deu... Chegamos à entrada sul de Abrolhos com o sol já sumindo. Lá vamos nós entrar de novo de noite. Paciência.

Posicionei a Tânia e o Luiz em cada bordo, pedindo que ficassem em atentos a qualquer indício de pedras (barulho ou espuma de ondas batendo) e lá fomos nós. Em baixa velocidade, exatamente em cima do percurso e torcendo para que a precisão do GPS fosse a melhor. Deu certo e, apesar de em certo trecho perto da entrada, a luz intermitente do farol haver nos cegado, foi com alívio que, vimos aos poucos luzes as luzes dos veleiros ancorados. Yessss... Bem vindo a Abrolhos.

Ancoramos na fileira final, esperamos para ver se a âncora havia unhado (o fundo em Abrolhos é meio arisco...) e fomos fazer um merecido rango e descansar. Acordei no meio da noite com um sentimento estranho, embora tudo parecesse normal. Resolvi sair para conferir e... batata!!! A âncora estava garrando, pois estávamos mais perto do veleiro que estava atrás de nós do que antes. Chamei o Luiz, liguei o motor e recolocamos o Alphorria no local certo, com um pouco até mais de espaço. Não foi preciso e a ancoragem serviu até o dia de sairmos.

De manhã a Berta, do IBAMA, que tradicionalmente recebe todos os navegadores, veio dar as boas vindas e (re) explicar as regras da área. Fomos até a Ilha da Siriba com outros velejadores em uma visita guiada pela Berta, e depois mergulhamos em apnéia no local. Houve também um churrasco de confraternização, em que foram entregues itens para o pessoal de apoio local (rádio e casaco de tempo). Em outro dia levei a Tânia para visitar o Farol, que toda vez que passo por lá vou visitar, e considero uma das melhores coisas que se pode fazer em Abrolhos, pois de lá se faz boas fotos. Enfim, nos divertimos bastante.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O retorno do Jedi

Bom pessoal, como diriam os romancistas, depois de um longo tenebroso inverno o Blog do Alphorria, tal qual a Fênix, renasceu das cinzas, hehehehehe... Brincadeiras à parte, estamos iniciando um novo período de vida que, naturalmente, se reflete no Blog. 

Aqueles que nos acompanharam no Blog notaram que ele parou de ser alimentado de informações a partir de Vitória. O que aconteceu é que, a partir dali, os tempos de Internet algumas vezes eram muito pequenos e a prioridade era checar a previsão do tempo e os emails, ou eram inexistentes ou difíceis (Camamu, Abrolhos, Santo André), ou antão a gente saía para aproveitar as delícias do local e não tinha tempo (nem disciplina) para colocar as notícias (Morro de São Paulo, Salvador). 

Posteriormente, em outubro de 2010, uma pessoa da família da Tânia teve um problema grave, que nos obrigou a deixar o Alphorria em Camamu e mudar, inicialmente para Porto de Galinhas e depois, temporariamente, para Brasília, por um período previsto de 2 anos.

Com a reativação do Blog, e para não perder o rumo, optei por publicá-los assim mesmo, em ordem cronológica, pois embora estejam um pouco de defasados no tempo, não seria justo que os relatos desse período fossem perdidos, tanto pelo valor histórico como o informativo. Colocarei primeiro os acontecimentos da continuação do Cruzeiro Costa Leste 2010 e, posteriormente, a continuação até os dias atuais. 

Embora fosse o ideal, a atualização não será diária nem semanal, pois estou fora do Brasil (mais precisamente no Panamá) curtindo uma justa e merecida velejada internacional, sem acesso regular à Internet e (Uau! o melhor!) sem data prevista para retorno... Mas posso garantir que as atualizações serão constantes e por um bom período. Então, sejam novamente bem-vindos a bordo.